Tudo que é lotado cai de qualidade.
Tudo que é demais, invariavelmente força à pressa.
E quando existe pressa, não existe troca verdadeira, não tem relacionamento. Não tem atenção, não tem apreciar o processo.
Eu sou contra a pressa. Sou contra o sistema de quantidades que vivemos.
De apressada, já chega a minha mente, condicionada por anos a fio à dança do relógio, e que quase não deixou que minha enorme e sensível amígdala pudesse assimilar tanta informação.
E tudo que esse mundo no geral propicia é em excesso: sons, cores, ganhos, gente. Sinto que meu cérebro não foi feito pra isso. Ele já é o excesso, ele capta tudo nos mínimos detalhes, e acaba sobrecarregado com a superação diária de estímulos que esse mundo prega.
Será que só eu sou assim?
Vejo tanta gente reclamando de problemas similares aos que tive: depressão, pânico, ansiedade. Sei que um monte de coisas ajudam, mas usar essas coisas em prol de viver da mesma forma que vivemos hoje pra mim não faz nenhum sentido. Direcionei então toda a minha vida para o que me traria uma experiência mais rica do viver humano: menos pressa, mais silêncio e menos informação.
Minha cura total consistiu num assimilado de 33,33% de cada uma dessas coisas: 33,33% silêncio, 33,33% lentidão e 33,33% de contemplação, totalizando 99,99% de alegria, gratidão e mais atenção com tudo que me cerca.
Não quero com esse texto falar de uma fórmula, desejo apenas propor um teste. Siga mais devagar. Apreciar cada história de quem me procura, buscar similaridades, proporcionar a troca sem pressa traz felicidade imensa a mim e a atenção que quem me procura merece. Já cansei de ouvir críticas sobre meu tempo e modo de fazer as coisas, mas é assim que funciono. Não desejo fazer as coisas por ganho pessoal se não houver qualidade, relacionamento e afetividade verdadeira. Se não tiver vida. Não importa se continuarei a ser terapeuta holística, instrutora ou se irei ser dona de restaurante. Dinheiro algum compra vida, experiências, troca e amor. Vida cheia de amor, ideias e criatividade é o que precisamos. Por mais trocas, por mais noites reflexivas lindas escrevendo aqui do celular sem pressa...
Esse texto que considero a linha de meu trabalho e propósito de vida, foi escrito em janeiro de 2019. As fotos são um lembrete desse ano mesmo, e que gosto de ter das adoráveis coincidências e sincronicidades que fazem parte da vida de quem se entrega de coração ao universo. 💕
Que em 2020 todos sigamos mais devagar, com mais atenção, com mais trocas e existências mais plenas 💕
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